Simplificado




INTRODUÇÃO
As CAIPIRAS SANTA CECÍLIA  apresentam altos picos de postura e maturidade sexual precoce. O bom peso dos ovos combinado com um  baixo consumo de  ração e  elevado número de ovos por ave, garantem uma ótima performance produtiva e econômica.  A  CAIPIRA SANTA CECÍLIA   se adapta às  diversas  condições climáticas, é dócil e de  fácil manejo.
O presente guia, pretende orientar o produtor de ovos da moderna avicultura ecológica e alternativa, sobre os objetivos  de desempenho e as especificações da poedeira CAIPIRA SANTA CECÍLIA, bem como as  práticas  de manejo  e  nutrição  que  lhe  permitirão  obter  o  desempenho  e  o  potencial econômico máximos da CAIPIRA SANTA CECÍLIA.
Os dados e  recomendações apresentados nesta publicação baseiam-se em observações de campo detalhadas e em resultados de testes internos. Os objetivos de desempenho e especificações são apresentados na forma de um guia de referência para o manejo do lote e não consistem em qualquer tipo de garantia de obtenção de desempenho equivalente ou  semelhante.
O Período mais crítico na vida de uma poedeira vai de um dia até a produção do primeiro ovo. Durante esse  período, a capacidade  fisiológica da ave é desenvolvida. Um manejo correto durante este período,  conduz ao  sucesso na fase de produção.
Características da Linhagem
Casca dos Ovos - Marrom. Alta resistência em todo ciclo de produção
Pico de Postura - 70 à 75%.
Maturidade Sexual 150 dias
Consumo médio Durante a produção - 100gr/dia .
Comportamento das Aves -  Dóceis, calmas, de fácil manejo e adaptação ao ambiente.
Densidade recomendada durante a produção > 5 a 6 aves por m²
Produção - 50% de produção com 21 semanas.
Obs.: As informações acima são apenas referências, podendo variar de acordo com as características  regionais e devido às diversas  condições de manejo, arraçoamento e ambiência.
Recebimento do Lote
Cuidados com as instalações antes de receber as pintainhas e biosseguridade da Cria/ Recria:
1. Antes do  recebimento do  lote, verificar o estado de conservação das cortinas, bem  como o  seu  funcionamento  (baixar e  levantar);
2. Montar o  sistema de  casulo;
3. Regular campânulas e aquecedores, distribuí-los ao longo do galpão, verificar o estoque de gás ou lenha para que seja suficiente para todo o período de  cria  (2 a 3  semanas);
4. Aquecer o galpão pelo menos 2 horas antes da  chegada do  lote;
5. Distribuir a cama,  instalar as proteções do aquecedor e abastecer os bebedouros e  comedouros;
6. Verificar a ventilação, de modo a, manter os ventiladores na velocidade mínima à medida que o galpão é aquecido. A ausência de troca de ar na fase inicial de aquecimento aumenta significativamente o  risco de contaminação por vírus e bactérias;
7. Distribuir  os  pintos  nos  círculos  (viveiros) ou  gaiolas  assim  que  chegarem  ao galpão. Fazer a imersão dos bicos de algumas aves nos bebedouros infantis, e acionar os bebedouros  tipo nipple e  tipo  copo para ajudá-las a  localizar a água;
8. Controlar e  registrar a  temperatura do galpão. Para  isso é preciso  instalar termômetros a certa  distância das bordas dos círculos e das gaiolas, em alguns pontos no  interior do galpão;
9.    A  duração  do  período  de  aquecimento  do  lote  pode  ser  variável. Portanto,  deve-se  avaliar  o  desenvolvimento  do  lote  e  a  época  do  ano (inverno/verão);
10. Observar as pintainhas com freqüência, mesmo durante a noite, para verificar a ocorrência de qualquer problema. Exemplo: amontoamento.
11.  As  temperaturas  da  fase  inicial  de  aquecimento  recomendadas encontram-se na  tabela a  seguir:

Uma rígida limpeza, desinfecção e um bom isolamento do lote são práticas muito  importantes à prevenção de doenças. A  reposição de  lotes, usando o sistema “all-in all-out” em instalações isoladas e totalmente limpas, consiste na melhor  forma  de  evitar  perdas  de  desempenho  associadas  ao  acúmulo  de patógenos.
Obs: Verificar  sempre  se as aves estão bem distribuídas, comendo e bebendo normalmente. Estas  são as principais  referências para verificar  se elas  têm um bom  conforto  térmico.
Período de Crescimento
1. Aqueça o galpão antes de alojar os pintos. Não faça o aquecimento das aves em ambiente não ventilado. Uma vez atingida a temperatura correta no galpão, acione os  ventiladores na  velocidade mínima  e ajuste o  sistema de aquecimento para manter a temperatura ideal em toda área do galpão. Falhas no  fornecimento adequado nas  trocas de ar , na  fase  inicial do aquecimento aumentam,  significativamente,  o  risco  de  doenças  respiratórias  e  atraso  no desenvolvimento do  lote;
2.  Mantenha a   umidade  relativa mínima em 60 % no  interior do galpão;
3.  Forre  no  alojamento  dos  pintos,  o  piso  do viveiro com jornal,  pelo menos,  nos primeiros  5 dias de alojamento;
4. Forneça água e  ração desde o momento do descarregamento dos pintos;
5. Estimule o consumo inicial de ração, distribuindo um pouco de ração sobre o papel de  cada viveiro e  calhas dos  comedouros;
6. Inicie com o fornecimento de 22 a 23 horas de luz e 30 a 40 lux de intensidade luminosa nos primeiros 7 dias para estimular a ingestão de água e ração. Siga as direções do programa de  iluminação descritas neste manual;
7. Observe  atentamente  qualquer  problema  de  temperatura,  umidade, nutrição, água ou doença nos pintos, principalmente, nas primeiras  3  semanas;
8. No caso de criação em piso  fique atento para Coccidiose. A vacinação é uma boa maneira de prevenir esta doença;
9. Atente-se para apatia e respiração ofegante seguidas de prostração que indicam  temperaturas  extremamente  altas.  Agrupamento  é  um  sinal  de temperaturas excessivamente baixas;
10.   Distribua ao final da 4ª semana de idade, as aves em  todos os viveiros,  separando-as  por  peso  para  suplementar  as  aves menores.  Neste momento as aves maiores devem  ser distribuídas nas partes  internas do galpão e as menores nas  laterais, onde há maior  incidência de  luz.
Lembramos que as CAIPIRAS SANTA CECÍLIA destinam-se à criação de forma natural, ecologicamente correta e moderna, onde se preza pelo natural respeito às necessidades fisiológicas das aves, dispensando-se assim a debicagem, que só deve ser praticada quando o criador mais experiente se quiser (por conta própria) aumentar (em até 100%) a densidade de alojamento excluindo, inclusive, a presença de machos (galos) nos galpões.
Distribuição de equipamentos


Densidade das aves
A densidade ideal para as poedeiras SANTA CECÍLIA é de 5 a 6 aves por m², com 4 a 5 aves por boca de ninho. O criador mais experiente, se quiser (por conta própria) aumentar (em até 100%) a densidade de alojamento excluindo, inclusive, a presença de machos (galos) nos galpões, deve tomar certos cuidados especiais como a debicagem, a fim de evitar canibalismo .
Programa de vacinação
Os  programas  de  vacinação  têm  como  objetivo  proteger  o  lote  contra doenças ao  longo da vida. Os desafios contra doenças variam em  todo o mundo e, portanto, o planejamento dos programas de vacinação deve  levar em conta a exposição a doenças, à virulência das cepas patogênicas locais e aos níveis de imunidade  parental.  Pintos  de  um  dia  devem  ser  livres  de  Mycoplasma gallisepticum (MG) e Mycoplasma synoviae (MS). Os programas de vacinação devem incluir proteção contra Doença de Newcastle (DN), Bronquite Infecciosa (BI), Encefalomielite Aviária  (EA), Bouba Aviária  (BA), Doença de Gumboro  (DG) entre outras doenças de acordo o desafio da granja ou  região. Não vacine as aves em períodos de estresse intenso ou quando o lote estiver enfrentando problemas sanitários.
Àgua.
A  água  é  um  nutriente  essencial  ao  crescimento  e  desenvolvimento. Independente da  temperatura, deve estar  sempre disponível. O consumo de água  será  influenciado  pela  temperatura  ambiente  e  por outros  fatores. Os sistemas de água utilizados no galpão de  frangas devem ser do mesmo  tipo e da mesma  cor que os utilizados no galpão de postura.
A água deve ser clorada e monitorada para que não ultrapasse o nível de 0,3  - 0,4 ppm/  litro. Este é o nível  ideal de  cloro para o  consumo  das aves.O consumo de água depende da  temperatura ambiente. Acima de 21º C, o consumo  deve  aumentar  para  possibilitar  à  ave  manter  sua  temperatura corporal.  Em  períodos  quentes,  é  preciso  fornecer  água  fria  às  aves  o  que melhora a produtividade. É importante proteger as caixas d’água da exposição direta ao  sol. Deve-se  fornecer ,  sempre,  água  de  boa  qualidade,  mantendo  os bebedouros sempre limpos e com água fresca. Lavar os bebedouros (copinhos) pelo menos duas vezes ao dia e conferir os bebedouros de válvula  regularmente, para evitar  sujeiras, entupimentos e ou  vazamentos.
Regular a altura dos bebedouros a cada semana, favorecendo o acesso às aves, sendo: acima do dorso  (bebedouros pendulares  ) ou acima da cabeça (Nipple  ).
Após a transferência (e possível debicagem) das aves, deve-se estimular o consumo de água pelo menos por duas semanas e separar as aves mais debilitadas que não  se adaptaram ao novo  sistema de bebedouros.
Programa de iluminação
A CAIPIRA SANTA CECÍLIA apresenta maturidade sexual precoce, bom tamanho de ovo, alto pico de postura e número excelente de ovos/ave alojada. Para  se beneficiar ao máximo deste potencial genético, é importante seguir o programa de  iluminação  recomendado.
 1.     - Fornecer 22 horas de luz na 1ª semana. A partir da 2ª semana, diminuir gradativamente até que a criação atinja a 10ª semana somente com  luz natural;
2. Recria -   Entre 10ª e 18ª semanas, deixar a criação em luz natural, pois quanto menor  forem os estímulos de  luz, maior  será a  idade de maturidade sexual;
3.  Iniciar a  fotoestimulação quando atingirem 5% de produção. O estímulo luminoso deverá  ser de 1 hora, em  seguida aumentar até atingir o máximo de 16horas (natural + artificial). Lembramos que para iniciar o programa de luz, as aves  deverão  estar  com  peso corporal  conforme  o  padrão  e  com  ótima uniformidade de maturidade  sexual.



Água
O consumo de água é um  indicador da saúde do  lote. Desse modo, quedas bruscas no consumo podem chamar a atenção para problemas de saúde. O consumo de água deve ser medido diariamente  (por meio de hidrômetro). À temperatura ambiente de 21ºC, as aves consumirão a metade da quantidade consumida a 32ºC e, portanto, o consumo de água deverá ser correlacionado à temperatura do galpão.
A água é um nutriente vital à poedeira. É um dos principais componentes do ovo  e  fundamental  para  a  regulação  da  temperatura  corporal. Quando  a temperatura é superior a 32ºC, o consumo de água pode ultrapassar 100% o consumo diário de nutrientes  (tabela 11). Uma poedeira  jamais deve ser privada de água. O tipo e a cor dos sistemas de água do galpão de postura devem ser semelhantes  aos  utilizados  no  galpão  de  crescimento.  A  água  fornecida  às poedeiras deve  ser adequada para  consumo humano.
Arraçoamento: Quantidade e tipo de ração por idade (em semanas)
Semana            g/ave                      tipo de ração     
01ª                   11                         inicial
02ª                   17                         crescimento
03ª                   22                          crescimento  
04ª                   28                          crescimento  
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05ª                   35                          crescimento
06ª                   41                          crescimento      
07ª                   47                           crescimento   
08ª                   51                           crescimento     
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09ª                   55                          desenvolvimento
10ª                   58                           desenvolvimento
11ª                   60                           desenvolvimento
12ª                    64                          desenvolvimento
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13ª                   65                           desenvolvimento
14ª                   68                           desenvolvimento
15ª                   70                           desenvolvimento
16ª                   71                           desenvolvimento
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17ª                   72                        desenvolvimento
18ª                   75                        pré postura
19ª                   81                        pré postura
20ª                   93                       postura inicial
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21ª                 100                       postura
 Qualidade da casca do ovo:
A ave CAIPIRA SANTA CECÍLIA é capaz de manter uma qualidade de casca excelente à medida que envelhece. Muitos fatores, como nutrição, temperatura, saúde do lote, espaço no piso e gaiolas,  tamanho da granja, projeto da gaiola e manuseio dos  ovos,  podem  influenciar  na  qualidade  da  casca.  Sempre  que  houver necessidade, ajuste os  fatores de manejo para manter a qualidade da casca dentro dos  limites aceitáveis.